quinta-feira, 30 de junho de 2011

COMUNIDADE ESCOLAR DA ESCOLA HELIODORO SAIU ÀS RUAS DO BAIRRO PARQUE CUIABÁ PARA PROTESTAR CONTRA REPRESSÃO DO ESTADO À GREVE!



Notícia surpreendente, principalmente quando a tendência tem sido o abandono da luta, depois de ataques na televisão aberta (financiados pelo Governo de MT que não tem dinheiro pra financiar a Educação) à greve e que a mesma foi decretada pelo judiciário (corrupto) de “ilegal”! Vou relatar exatamente como presenciei este fato e contextualizar a todos (as) os leitores (as) deste blog, o que a magnitude deste ato que ocorreu ontem.

O Parque Cuiabá, antes de mais nada, se trata de um bairro localizado na Zona Sul da cidade, ao lado de bairros como Parque Atalaia, Nossa Senhora Aparecida, Cohab São Gonçalo, entre outros. Possui duas escolas estaduais públicas tradicionais, de pelo menos 30 anos de existência (não sei ao certo) cada: Salim Felício e Heliodoro Capistrano da Silva. Cada escola, da mesma forma que várias outras do Estado, conta com professores efetivos (alguns, desde os primeiros anos das mesmas) e interinos. Quando a greve foi deflagrada, as duas escolas aderiram e paralisaram às aulas, assim como as principais escolas públicas da região. Entretanto, no início da quarta semana da Greve, devido aos ataques constantes, ameaças de demissão e exoneração, ilegalidade da greve, corte de ponto (registrar falta em serviço, mesmo com a greve em andamento), várias escolas da Zona Sul retornaram e, no bairro Parque Cuiabá, uma caiu que foi a Escola Estadual Salim Felício. A Escola Heliodoro, por sua vez, chamou uma reunião com toda a comunidade escolar (pais, professores e alunos), divulgada em carro de som no bairro e, durante a reunião, decidiram pela MANUTENÇÃO DA GREVE e mais ainda: que marchariam pelo bairro pra publicizar a toda a população qual é o principal objetivo dessa greve, que tem sido deturpado constantemente na Mídia tradicional.

E ontem, por volta das 19:00h, esta comunidade escolar saiu em marcha nas principais Avenidas do bairro com palavras de ordem, como “A greve é legal, ilegal é o tribubal” ou “Chega de ditadura”, puxadas por vários que estavam presentes. A marcha ainda estava sendo acompanhada pelo grupo de fanfarra da escola, que deu uma grande visibilidade, e carro de som. O ponto alto foi quando a marcha parou em frente à Escola Salim Felício (furona...) e pediu para que os professores e alunos acompanhassem a iniciativa e (pasmem!) alguns acompanharam, conforme relato de professores. Então, após a marcha pelas principais avenidas, a Comunidade Escolar se reuniu em circulo no Centro Cultural do Bairro (espaço aberto), algumas falas foram feitas, inclusive por mãe declarando apoio à luta, e o ato foi encerrado.

Por fim, voltei pra casa extasiado, emocionado e com a missão de relatar estes acontecimentos, pois expressam, com toda a sua simplicidade, que não é hora de recuarmos, de cogitarmos a abaixarmos a cabeça para repressão, mas de sairmos às ruas e partirmos para o enfrentamento. Não pode ficar para depois, para o futuro, as melhorias na Educação deste país. Portanto, que este exemplo sirva a várias escolas e professores grevistas e que estes também convoquem a comunidade escolar para luta!

• Nota escrita pelo Prof. Me. Bruno Pinheiro Rodrigues

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